Gripes e Resfriados: chegou a época de conviver com eles
Com a chegada das baixas temperaturas do outono e do inverno, é comum que adultos e principalmente as crianças fiquem mais propensas a ter gripes e resfriados. Hoje vamos conversar um pouco sobre estas duas doenças e tentar desmistificar alguns conceitos.
Qual é a diferença entre gripe e resfriado?
A gripe e os resfriados são infecções comuns do sistema respiratório. Apesar de as pessoas as confundirem, chamando um resfriado de gripe ou uma gripe leve de resfriado, existem diferenças fundamentais entre essas duas infecções:
- A gripe é uma infecção do sistema respiratório, altamente contagiosa, causada unicamente pelo vírus "influenza", potencialmente grave e que pode provocar epidemias. Apesar de ser uma doença, na maioria das pessoas, benigna e auto-limitada, podem ocorrer complicações, como por exemplo, as pneumonias, podendo provocar até a morte, especialmente em determinados grupos, como os idosos, as crianças pequenas e nos portadores de doenças crônicas (como asma, diabetes, doenças cardiovasculares, pulmonares, etc.).
Os sintomas da gripe incluem:
Febre (38oc a 40oc) de início abrupto com duração de pelo menos dois ou três dias, calafrios, dores musculares, cansaço, mal estar, falta de apetite, tosse, dor de garganta e de cabeça, ocasionando sensação de intensa fraqueza.
- O resfriado comum é uma infecção que acomete as vias aéreas superiores, causada por diferentes vírus sendo os rinovírus os mais freqüentes.
Os resfriados têm início progressivo, seus sintomas são normalmente mais brandos e de curta duração, raramente observa-se febre, acometem mais o nariz e a garganta e se caracterizam principalmente por: coriza, congestão nasal, espirros, dor de garganta e tosse.
Os resfriados podem ocorrer várias vezes no ano, causados por diferentes vírus. Já a gripe geralmente ocorre uma vez por ano, durante o período de circulação do vírus influenza.
Qual a maneira mais eficaz de se prevenir da gripe?
A melhor maneira de se prevenir da gripe é através das vacinas. As vacinas são fabricadas com pedaços dos vírus mortos. Portanto, não podem causar gripe. A exemplo do que ocorre com outras vacinas, a doença pode ocorrer mesmo em pessoas vacinadas; porém, nestes casos, a gripe é mais leve e com recuperação mais rápida do que em não-vacinados. Devemos nos lembrar também que para gerar proteção, são necessários pelo menos 15 dias após a vacinação para que tenhamos anticorpos protetores. Além disso, a vacina da gripe não oferece nenhuma proteção contra doenças causadas por outros vírus, que não o vírus influenza.
Quem deve receber a vacina da gripe?
O Ministério da Saúde recomenda a vacina de gripe anualmente para: idosos (mais de 60 anos), crianças de 6 meses a 5 anos de idade; crianças com mais de 6 meses e adultos de qualquer idade que façam parte dos chamados grupos de risco (portadores de asma e de outras doenças pulmonares crônicas, doenças cardíacas, doenças metabólicas, como o diabetes mellitus, pessoas com comprometimento da imunidade e pessoas que façam uso crônico de ácido acetil salicílico), gestantes e puérperas.
Bebês com menos de 6 meses podem receber a vacina?
A vacina não pode ser feita em crianças menores de 6 meses de idade; assim, a melhor maneira de protegê-las é através da vacinação dos seus familiares e das pessoas que tenham contato com estas crianças. A melhor época para fazer a vacina é no início do outono, antes do início da temporada de gripe.
Mitos e crenças:
Existem muitos mitos e crendices populares em relação à gripe e seu tratamento. Importante salientar que os estudos científicos não conseguiram demonstrar que o uso de vitamina C ou o consumo de chás como os de hortelã e menta diminuam as complicações da gripe.
Andar descalço, beber gelado ou tomar banho quente e sair no tempo frio, são situações que podem desencadear rinite e outras manifestações respiratórias, principalmente em pessoas alérgicas, não estando, entretanto, relacionados à gripe propriamente dita.
*Dr. NUK - Dr. Marco Aurélio Safadi
CRM: 54792
Professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital Sabará.
Com informações de Visarplan