Preocupados com epidemia de Zika, brasileiros têm procurado eliminar foco do mosquito, mas usado pouco repelente
Metade dos entrevistados pela Ipsos acredita que faltam informações confiáveis sobre a doença
É alto o índice de brasileiros que estão engajados na “guerra” contra o Zika. Nove em cada dez brasileiros tomam alguma precaução contra o mosquito, segundo levantamento da empresa de pesquisa Ipsos, que entrevistou 1.200 homens e mulheres acima de 16 anos em 72 cidades das cinco regiões do país entre 13 e 28 de fevereiro. A margem de erro é de três pontos percentuais.
A grande maioria - 96% dos entrevistados - afirmou que tem ficado atenta e eliminado focos de reprodução do mosquito, como pratos, vasilhas e recipientes com água. Mas o uso de repelente é baixo – 27% diz usar repelente em todo o corpo e 22%, na tomada. O uso de inseticida é ainda menor: apenas 2%.
A maior parte da população se mostra preocupada, principalmente as mulheres e os moradores da região nordeste, onde 95% dos entrevistados estão apreensivos com a epidemia. Esse sentimento é menor na região norte, onde o número de entrevistados que estão preocupados com a epidemia cai para 73%.
A apreensão é grande também porque, para mais da metade dos entrevistados (54%), faltam informações confiáveis sobre o vírus e porque a epidemia mostra que o país precisa de maior quantidade de médicos – 70% concordam com essa afirmação.
Adiar gravidez
As mulheres estão mais preocupadas do que os homens com o Zika vírus. De acordo com a pesquisa, 89% das entrevistadas disseram que estão preocupadas ou muito preocupadas com a epidemia que atinge o país. Entre os homens, esse número cai para 83%.
Mais da metade dos entrevistados acredita que o Zika vírus é responsável pelo crescente diagnóstico de casos de microcefalia em bebês (61%) e, para a maioria dos brasileiros, é recomendável adiar a gravidez por conta da epidemia de Zika - 68% dos entrevistados concordam com essa afirmação. Essa questão gerou mais divergência entre homens e mulheres: 75% das entrevistadas concordaram com o adiamento da gravidez, contra apenas 59% dos entrevistados. O aumento dos casos de bebês com microcefalia levanta também uma discussão sobre o direito ao aborto. Um terço dos brasileiros afirma que quando o diagnóstico é feito durante a gestação, mulheres grávidas deveriam ter o direito de abortar.
“O brasileiro, que é maciçamente contra o aborto, se torna mais maleável nos casos de gravidez decorrentes de estupro ou quando há risco de o bebê nascer com alguma deficiência grave, por exemplo,” afirma Danilo Cersosimo, diretor de contas de Public Affairs da Ipsos no Brasil.
Olimpíada e Zika
A preocupação com o Zika vírus pode afetar os Jogos Olímpicos em agosto de 2016. Na pesquisa, metade dos entrevistados concordaram que a epidemia prejudicará o evento. Mas uma parcela considerável, um em cada quatro brasileiros, ainda se posiciona indecisa, não concordando ou discordando dessa afirmação. No mesmo levantamento, 54% dos entrevistados acharam correto que os turistas estrangeiros cancelem suas viagens ao Brasil.
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